segunda-feira, 7 de junho de 2010

Então, o que é?

Não é que eu ache as coisas complicadas demais, mas é que elas complicam por si só
Não é que eu queira entender tudo, como se eu fosse um inventor maluco ao ver uma invenção de um outro alguém e desmontar para montar cabo a rabo para saber como foi feito
Não é só confusão como se fosse perda de sentidos, é sim uma perda de sentidos, mas com uma tontura embutida que gira mais que centrífuga
Não é arrependimento do passado e uma tentativa de consertar os erros cometidos
Não é a falta de algo presente que remete ao que tive no passado, e assim me dá vontade de reviver o já vivido
Não é tentativa, nem vontade, muito menos desejo
É algo assim, sabe?
É tudo isso, e mais...
... para mim é simplesmente confuso...

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sonho de uma noite de verão

Lembra-se dos dias de infância? Aqueles dias que as tardes pareciam atemporais e o crepúsculo durava tempo suficiente para empinar pipa, jogar bola, ralar os joelhos, brincar de esconde esconde e ainda sobrar tempo para levar bronca da avó chamando para tomar banho. Sinto falta disso, aliás, sinto falta de muitas coisas de minha infância: do bolo de cenoura com chocolate que minha tia fazia para agradar meu primo e eu, das tardes inteiras de sol trepado (como diria minha finada avó) na laje, de esperar o vizinho chegar da escola para irmos ao campinho jogar futebol e até das ralações de joelho, marcas que tenho até hoje em ambos. Ontem ao caminho da faculdade senti cheiro de flores. Aquele cheiro tão doce, tão bom de sentir, cheiro tão peculiar de dama da noite. Senti vontade de ter um jardim com flores, passar o dia em uma varanda de uma casa bem espaçosa, ler um livro em uma cadeira de balanço, sentir a brisa do ar vespertino e ver meu belo jardim: bem cuidado, com a grama aparada e flores de diversas cores exalando seus diversos odores. Tive vontade de ter apenas isso, imagino que nunca terei, mas mesmo assim tive vontade. Pensei em como seria perfeito se fosse dessa forma, com minha esposa ao fundo preparando um chá gelado para se juntar a mim e discutir sobre música, política, religião, cotidiano, ou até mesmo, para termos uma DR.

Seria legal. Eu poderia ser um advogado, juiz, promotor, consultor... qualquer coisa relacionada, já que provavelmente é algo que serei em um futuro próximo, a diferença é o cenário. Ah, o cenário, como pode mudar tanto? Dizem que é a perspectiva adotada, a minha atualmente, é a pior possível. Totalmente enegrecida. E olha que eu sou extremamente simplista, um livro, afagos e um pouco de dinheiro já é o suficiente pra minha felicidade, mas mesmo assim, não a encontro em lugar algum. Acredito que alguém a tomou, ou eu a perdi por algum lugar obscuro... quem sabe?

Dizem que um dia as coisas mudam, pois eu espero que mudem, gostaria mesmo! Gostaria de alguém para pegar minha mão e dizer que está tudo bem, que me pegasse pelo braço e me levasse a algum lugar, já que atualmente, estou me arrastando. Mas isso, também parece ser ilusão. Tudo parece estar perdido e nada parece ser consertado. O vazio que sinto é proporcional a dor, e ambos vem sem motivo algum e em momentos inapropriados. Não há motivo para a dor e nem para a tristeza, eu sei bem disso, mas não consigo deixar de senti-las. Vai entender, não é?

domingo, 18 de abril de 2010

Diálogo com a consciência

Ele vê além...
Pois é, também percebi isso, mas acredito que vê além demais.
Será?
Sim, mesmo colocando todas as opções possíveis em pauta o além continua imprevisível, por exemplo, pode cair um avião em sua cabeça e, isso com certeza não estaria nos planos dele.
Mas que exemplo esdrúxulo!
Mas é verdade, não é? Veja só, você imagina uma série de possibilidades, todas milimetricamente calculadas e premeditadas, e de repente algo que, até então, parecia absurdo acaba ocorrendo.
Como uma queda de avião?
(Sim, como uma queda de avião! (Um leve sorriso se abre em sua boca)
Ainda acredito que ver além é uma boa opção, sabe, assim como ele, não sou muito fã de surpresas, algumas realmente são surpreendentes e nos levam a patamares de felicidade, mas a grande maioria delas, simplesmente nos pegam com as calças arriadas, e... bom, você bem sabe o quanto eu gosto de estar preparado para as coisas.
Por esse lado, eu até concordo com você. Mas veja bem, qual a graça dessa nossa curta vidinha em saber, ou esperar, tudo que vai acontecer com você? Sabe, admito que um pouco de precaução e previsão são extremamente úteis ao decorrer da vida, mas a graça dela é não saber como vai ser, é imaginar a gama infinita de possibilidades que temos nela. Hoje estamos aqui conversando, amanhã podemos simplesmente estarmos completamente distantes, você poderia estar em Londres tomando um capuccino. Aposto que gostaria disso...
Nesse ponto você me pegou, só tenho a concordar.
Pois então! Nunca se sabe, não é? Vai que amanhã lhe surja uma oportunidade irresistível de emprego, estudo ou mesmo passeio a Londres, Paris, Estocolmo, Sidney, ou quem sabe, a ilha de Lost!!!
Essa última opção seria adorável.
Pois é, deixa levar! As coisas não podem ser totalmente previstas, elas devem ser sentidas!


Minha consciência e eu, ou como eu gostaria que soasse...
ah enfim

quinta-feira, 4 de março de 2010

Só um desabafo...

Eu sempre fui do tipo racional, adoro as pessoas racionais! Analisam a situação, vêem as opções e partir delas, traçam um caminho a percorrer afim de evitar possíveis empecilhos. Claro que não podemos generalizar e acreditar que isso é a forma correta de se pensar, por mais racional que você seja, você ainda é humano, e o sentimental sempre vai pesar de uma forma ou de outra (excluindo os psicopatas, é claro). Mas acredito que, em mim, isso seja o que mais pese! Quando se trata de emocional, aparentemente, eu fico cego. Eu que sempre me orgulhei de minha razão e capacidade de analisar uma situação e tomar uma atitude plausível com relação a mesma. Eu que sempre me orgulhei de ter um raciocínio rápido e achar as soluções para problemas de forma criativa e inesperada. Eu que sou orgulhoso ao extremo para assumir um erro (geralmente eu contorno e acabo resolvendo de outra forma, mas sem admitir o erro). Eu que com todas essas características que considero essencial e inerente a minha pessoa, acabo deixando de lado e tomando uma atitude emocional, seja me rebaixando, sendo sincero ou até pegando meu orgulho e transformando em picados como se fosse um sulfite a4 em pedaços.

A pergunta é: Por que?
A resposta é: Não sei!

E é essa a pergunta que eu mais gostaria de poder responder, a qual me indago de tempo em tempo tentando obter uma resposta. Não me interessa a origem do mundo, a criação do universo, a possibilidade de um multiverso e nem se meu time vai ser campeão da libertadores (mentira, isso me interessa). Gostaria somente da resposta dessa pergunta. Mas o que vejo, ao olhar para trás, é apenas lamentação, tristeza, ódio, raiva, desilusão, frieza, remorso, falta de orgulho e amor próprio.

Não é que eu queira que as pessoas sejam como eu, nem que sejam como fulano ou ciclano. Não anseio nenhuma Madre Teresa, mas um pouquinho de compaixão e ombridade deveriam ser inerentes ao ser humano (excluo novamente os psicopatas). Mas algumas pessoas parecem não possuir nem um pouco disso, e estas não são psicopatas... Bom, acredito que você não seja!